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Rosas brancas mas também cravos vermelhos em sessão solene inédita

Rosas brancas adornam a Sala das Sessões da Assembleia da República, onde se assinala hoje pela primeira vez o 25 de Novembro de 1975, mas também cravos vermelhos no peito de alguns deputados à esquerda.

Rosas brancas mas também cravos vermelhos em sessão solene inédita
Notícias ao Minuto

25/11/24 11:56 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País 25 Novembro

Cerca de uma hora antes do início da sessão solene evocativa dos 49 anos da operação militar do 25 de Novembro, um pequeno grupo de antigos comandos, de boina vermelha, aguardavam junto à entrada lateral do Palácio de São Bento.

 

Na entrada principal, à semelhança da sessão solene do 25 de Abril de 1974, a Guarda de Honra, constituída por um batalhão com militares dos três ramos das Forças Armadas, aguardava a chegada das várias entidades, entre elas, os chefes militares.

Pelas 10:15, chegaram ao local o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Nunes da Fonseca, e os chefes militares do Exército e Força Aérea, sendo notada a ausência do chefe da Armada, almirante Gouveia e Melo, que se fez representar pelo vice-almirante Aníbal Soares Ribeiro.

Numa altura em que a sua recondução e uma eventual candidatura presidencial estão na ordem do dia, Gouveia e Melo justificou à Lusa a sua ausência por estar em Angola para participar numa reunião das Marinhas da CPLP.

O general Ramalho Eanes, antigo Presidente da República e principal militar operacional do 25 de Novembro, acompanhado pela mulher, Manuela Eanes, foi igualmente recebido com honras militares e dirigiu-se à Sala de Visitas da Presidência, onde o esperavam os líderes parlamentares das bancadas presentes na cerimónia, com exceção do Bloco de Esquerda e Livre, e membros da Mesa.

Neste local, Ramalho Eanes foi cumprimentado mais tarde pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que chegou pelas 10:28, acompanhado da mulher.

De fora deste ponto da cerimónia ficou o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva - um dos dois únicos antigos chefes de Estado ainda vivo -, que preferiu seguir diretamente para o hemiciclo, onde ficou durante largos minutos sozinho antes de receber a companhia da mulher do chefe do Governo.

A 15 minutos da hora marcada para o início da cerimónia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou à entrada principal da Assembleia da República onde escutou o hino nacional, antes de se juntar aos convidados para a sessão solene.

Na sala de visitas do Presidente da AR, Marcelo Rebelo de Sousa esteve próximo de Ramalho Eanes e da antiga primeira-dama, antes de trocar algumas palavras com o primeiro-ministro, para depois seguirem em direção à Sala das Sessões.

No hemiciclo, ramos de rosas brancas, símbolo da paz, adornavam o púlpito e a Mesa da Assembleia da República, local onde tradicionalmente costumam estar cravos vermelhos na sessão solene do 25 de Abril de 1974.

Em vez disso, os cravos vermelhos surgiram na Sala das Sessões primeiro na lapela de quatro cidadãos nas galerias e depois pela mão de vários deputados da esquerda parlamentar, com a socialista Edite Estrela a distribuí-los por alguns deputados da sua bancada, que contou com vários lugares vazios.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, deputados socialistas como Isabel Moreira ou Pedro Delgado Alves, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, e a deputada do BE Joana Mortágua, foram alguns dos deputados que traziam cravos na lapela.

Joana Mortágua, única representante do BE nesta sessão, na qual o PCP não está presente, ofereceu um cravo ao Presidente da República, que o aceitou, momentos antes de o chefe de Estado subir à Mesa.

A cerimónia arrancou pelas 11:02, ligeiramente atrasada face à hora prevista, depois de a banda da Guarda Nacional Republicana, formada nos Passos Perdidos, ter tocado novamente o hino nacional.

Os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso.

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