O futuro do dinheiro é digital e substituirá os modelos atuais
O futuro do dinheiro é digital e modelos de pagamento como a 'bitcoin' tornar-se-ão tão importantes como a internet num futuro que revolucionará a forma de transações comerciais, defendeu hoje um dos pioneiros do setor.
© Reuters
Tech Transações
"O atual sistema de pagamentos não está totalmente adaptado à tecnologia. O futuro do dinheiro é digital", disse hoje em Barcelona o investidor norte-americano Brock Pierce, um dos pioneiros das moedas virtuais como a 'bitcoin'.
"A 'bitcoin' democratiza o sistema, permitindo que cada ser humano que tenha um telefone ou um computador possa participar na economia 'online'", defendeu.
O criador de dezenas de empresas e pioneiro de moedas virtuais usadas em jogos 'online' - uma das plataformas que ajudou a criar e tem mais de 50 milhões de utilizadores - falava no primeiro encontro de 'e-commerce' promovido pela escola de negócios IESE, em Barcelona.
Recentemente eleito para o conselho de administração da Fundação BitCoin - que promove o uso da polémica moeda virtual - Pierce reconhece que continua a haver alguma preocupação em torno desta moeda, mas que a tendência é "positiva".
"Estamos a falar de uma rede gigantesca de moeda digital e intangível que já constitui uma rede de pagamentos gigantesca", explicou.
O atual sistema de pagamentos, disse, nem sempre funciona, especialmente para clientes fora dos países desenvolvidos ou em países onde a sua moeda nacional "tem menos confiança internacional".
"Para o atual sistema, que usa cartões de crédito, por exemplo, é expectável que haja confiança que, em alguns casos, nem sempre existe. Imaginemos, por exemplo, uma pessoa que queira comprar a partir de África, de alguns países da América Latina ou da China", comentou.
A 'bitcoin', ou semelhantes, por seu lado, oferece um "modelo com poucos custos, simples, com pouca fraude, com melhores taxas de conversão" já usado em milhões de transações.
"Imagine um modelo, por exemplo, em que se começa a ver um vídeo ou ler um livro e depois se faz um pequeno pagamento, uma microtransação, para terminar. Quase como dar uma moeda a um músico que esteja na rua", disse Pierce.
"Ainda não podemos fazer isso 'online'. Isso será o futuro", comentou.
Apesar do otimismo de Pierce as dúvidas em torno da 'bitcoin' mantém-se, especialmente depois da falência de uma das principais empresas do setor, a Mt Cox, no Japão - com perdas de centenas de milhões de euros para investidores - ou o recente roubo digital a uma empresa canadiana.
Noticias que ajudaram a fazer cair o valor da 'bitcoin' do recorde de mil dólares, no final de 2013, para praticamente metade.
O próprio regulador do mercado norte-americano, a Security and Exchange Comission (SEC) alertou recentemente para o elevado risco associado ao investimento em 'bitcoin'.
"Claro que há noticias sobre riscos. Noticias recentes que colocaram a 'bitcoin' no radar. Mas também há noticias positivas, como a Alemanha que recentemente a reconheceu como uma moeda válida para trocas comerciais", disse.
"Mas estamos na fase inicial de debate sobre o quadro regulatório. Um pouco como os debates que marcaram na Europa o jogo 'online'", sugeriu.
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