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Rui Rocha critica declarações de Montenegro sobre violência doméstica

O presidente da Iniciativa Liberal considerou hoje que o primeiro-ministro "não teve uma afirmação feliz" sobre os casos de violência doméstica no país, alegando que este problema "não pode ser tratado com ligeireza".

Rui Rocha critica declarações de Montenegro sobre violência doméstica
Notícias ao Minuto

26/11/24 18:13 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Política IL

"O senhor primeiro-ministro não teve uma afirmação feliz. Ainda que houvesse apenas um caso de violência doméstica, seria sempre um caso a mais, e estas questões não podem ser geridas com base nas perceções, têm de ser geridas com base nas evidências, e eu creio que Portugal tem mesmo um problema de violência doméstica que não pode ser tratado com ligeireza", afirmou Rui Rocha em Tomar (Santarém), à margem da sessão de encerramento do 12.º Congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE).

 

Em causa estão as declarações de Luís Montenegro, numa conferência sobre combate à violência contra mulheres e violência doméstica, quando se mostrou convicto de que o aumento dos casos se deve ao facto de haver mais denúncias e não a um "aumento real", declarações que motivaram críticas do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a que se juntou hoje o líder da IL, Rui Rocha.

"O problema é sério de mais para estarmos a fazer guerra política com esta matéria", declarou Rui Rocha, tendo feito notar que a afirmação de Montenegro foi proferida na segunda-feira, 25 de Novembro, dia em que se assinalou a luta contra a violência doméstica.

"A mensagem a passar é que um caso que existisse seria sempre um caso a mais e este é um combate que a sociedade portuguesa deve continuar a fazer", defendeu.

O primeiro-ministro insistiu hoje que o aumento da criminalidade participada da violência doméstica se deve ao trabalho desenvolvido "e não tanto ao aumento da criminalidade em si", devolvendo acusações de ligeireza a quem não vê "essa evidência".

Luís Montenegro respondeu assim de forma implícita ao secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos -- sem nunca referir o seu nome -, numa intervenção na tomada de posse do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Orlando Carvalho, e do diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, que decorreu no Ministério da Justiça, em Lisboa.

Numa publicação via redes sociais, Pedro Nuno Santos acusou na segunda-feira o primeiro-ministro de "enorme falta de sensibilidade, empatia e respeito pelas vítimas" nas declarações a propósito de violência sobre as mulheres por considerar ser preciso "menos ligeireza e mais respeito pelos factos".

Montenegro disse hoje ficar perplexo como é que, perante a profundidade deste crime de dimensões "absolutamente trágicas" se pode querer "desviar a atenção", nomeadamente do trabalho das forças de investigação.

O primeiro-ministro defendeu que o crime de violência doméstica, cometido habitualmente contra pessoas em situação de maior vulnerabilidade, é talvez "o mais violento de todos", classificando-o como "um autêntico crime de terror"

Na sua publicação nas redes sociais, Pedro Nuno Santos escreveu: "O cidadão Luís Montenegro tem o direito de achar coisas, mas a um primeiro-ministro exige-se menos ligeireza e mais respeito pelos factos, especialmente quando falamos de violência exercida sobre mulheres".

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