Imigração? Berlim e Paris apelam à UE para negociar acordo com Londres
Paris e Berlim pediram, numa carta conjunta à Comissão Europeia, que sejam intensificados os esforços contra a imigração ilegal, nomeadamente através da negociação de um acordo migratório com o Reino Unido.
© Lusa
Mundo Imigração
Segundo a agência France Presse, o Ministro do Interior de França, Gérald Darmanin, e a sua homóloga alemã, Nancy Faeser, enviaram na sexta-feira à noite uma carta à Comissária Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, através da qual consideraram que o 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia) afetou seriamente "a coerência das políticas migratórias" e pediram que a Comissão Europeia apresente "rapidamente um projeto de mandato negocial com vista a um acordo com o Reino Unido sobre questões de asilo e imigração".
França já tinha feito o mesmo pedido no início de setembro, após a morte de pelo menos doze migrantes ao largo da costa francesa.
Os ministros recordaram que rotas migratórias que atravessam o continente europeu em direção ao Reino Unido representam "quase um terço das entradas ilegais" no espaço Schengen para considerarem que "a ausência de perspetivas legais no Reino Unido incentiva a clandestinidade e alimenta as redes de contrabando", colocando em perigo as pessoas que atravessam o Canal da Mancha e o Mar do Norte.
O novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tem dito que está pronto para acelerar os processos dos requerentes de asilo e, ao mesmo tempo, reforçar a luta contra os contrabandistas.
Na carta, Darmanin e Faeser deploraram ainda o facto de as "regras de Dublin serem pouco ou nada aplicadas por alguns Estados-membros".
De acordo com este regulamento comunitário, o primeiro país da UE em que um estrangeiro ilegal entra é responsável pelo seu pedido de asilo, mas os países das fronteiras externas da UE, como a Itália e a Grécia, criticam este mecanismo, apelando a mais solidariedade entre os 27 Estados-membros.
Recentemente, na sequência de vários ataques com armas brancas, a Alemanha reintroduziu durante seis meses controlos fronteiriços, justificando com a necessidade de reduzir a imigração ilegal e conter riscos de extremismos.
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