O verão é uma época propícia para alguns problemas de saúde nas crianças. As férias, que os pais tanto anseiam para um período de descanso, tranquilidade e sossego, tornam-se por vezes muito cansativas devido aos cuidados redobrados que têm de ter com os seus filhos. Para estes, todas as brincadeiras são bem-vindas, nunca prevendo o perigo que os rodeia, obrigando a que os progenitores estejam sempre em alerta máximo.

Conheça algumas das doenças mais comuns nesta época do ano e saiba como agir, para umas férias sem sobressaltos:

Gastroenterite aguda: é uma infecção que causa diarreia e, por vezes, vómitos, dor de barriga, febre e recusa alimentar. Na maioria dos casos, é uma infecção benigna, sem necessidade de medicamentos. Deve procurar ajuda médica se a diarreia e os vómitos forem muito frequentes ou com sangue, intolerância aos líquidos e recusa alimentar. Nas situações mais ligeiras deverá dar muitos líquidos em pequenas quantidades de cada vez, dar de comer de acordo com a tolerância alimentar da criança e sem grandes restrições, exceptuando os alimentos gordurosos e os açucarados. Para evitar a transmissão da doença a lavagem frequente das mãos do doente e dos conviventes é essencial.

Leia Também: Milhões de crianças na Ásia estão em risco devido à crise climática

Desidratação: é uma situação em que o corpo humano perde mais líquidos do que aqueles que ingere. No verão, além da exposição solar mais frequente, as crianças transpiram muito enquanto brincam e bebem poucos líquidos, originando assim a perda dos mesmos sem que sejam repostos, correndo o risco de desidratar. Assim, os pais devem estar atentos aos sinais: sede excessiva, boca seca, maior sonolência, diminuição da urina e a  intolerância dos alimentos e/ou bebidas. Para prevenir esta situação, deve-se dar água com muita frequência às crianças, principalmente às de menor idade, que correm maior risco de desidratar.

Dra. Isabel Valente© DR

Queimaduras solares: o sol a incidir numa pele não protegida pode provocar queimaduras graves, principalmente em crianças de tenra idade. Desta forma, deve colocar protetor solar de acordo com a pele e idade da criança e vestuário adequado, incluindo chapéu. Deve ainda evitar ir à praia no horário das 11h às 16h, em que os raios UV são mais fortes e manter a criança bem hidratada.

Picadas de insetos: no verão os insetos são comuns e habitualmente provocam apenas uma lesão no local da picada. Se a reação for mais grave, deve procurar o médico. Para prevenir pode recorrer a repelentes de insetos.

Covid-19: nesta fase de pandemia, as crianças têm gradualmente interiorizado o significado da Covid-19 e quais os cuidados a ter para se protegerem deste vírus. Durante as férias, os pais não devem descurar os procedimentos para segurança dos seus filhos nomeadamente o uso da máscara (se a idade obrigar), higienização frequente das mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas. 

Acidentes: os acidentes, não sendo considerados doenças, são muito frequentes nas crianças, no verão.

Se forem praticar atividades desportivas devem usar equipamentos de segurança (capacetes, caneleiras, joelheiras e roupa comprida para tapar a pele), de forma a evitar lesões e fraturas. Em caso de acidente deve estar atento a alguns sintomas que implicam avaliação médica nomeadamente vómitos frequentes, dor de cabeça forte e persistente e sonolência excessiva em que a criança não desperta quando é estimulada.

Afogamento: A mortalidade de crianças em piscinas ou no mar é uma realidade. A supervisão permanente dos progenitores quando as crianças estão na água, deve ser total. Não pode haver distrações. Devem equipá-las com braçadeiras ou coletes salva-vidas; não é aconselhado o uso de boia. Mesmo que saibam nadar, nunca devem estar sozinhas. Em caso de acidente deve imediatamente retirar a criança da água, ligar o 112 (prestando as informações solicitadas) e iniciar manobras de reanimação no caso de paragem cardiorrespiratória.

Esteja atento aos seus filhos, ensinando-lhes pequenas regras do que deve ou não fazer para melhor noção do perigo a aproveite ao máximo as atividades de exterior. Sugere-se levar para férias uma pequena “mala de primeiros socorros” que deverá incluir: termómetro, tesoura, pinça; rolo de adesivo, compressas esterilizadas e não esterilizadas, ligaduras, pensos rápidos e esponja hemostática; soro fisiológico; luvas descartáveis; gelo instantâneo e alguma medicação (analgésico/antipirético; pomada para queimaduras, soro de hidratação oral, anti-histamínico). Não esquecer também de reforçar nesta época do ano uma alimentação saudável e equilibrada associada a uma boa hidratação, de forma a melhorar o seu sistema imunitário. 

Férias divertidas e em segurança são um primeiro passo para um verão de sucesso!

Leia Também: Aparelhos nas crianças: A importância de uma intervenção precoce