Plano de investimento para candidatos de Balcãs Ocidentais exigirá reformas
A presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que um pacote de investimento de uma década nos países dos Balcãs Ocidentais que pretendem aderir à União Europeia poderá melhorar consideravelmente a economia da região, mas está dependente das reformas exigidas.
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Mundo Ursula von der Leyen
Ursula von der Leyen discutiu os pormenores do pacote de seis mil milhões de euros durante uma visita à capital da Macedónia do Norte, Skopje, no início de uma viagem de quatro dias pela região. Os líderes da União Europeia (UE) apresentaram o pacote numa reunião dos Balcãs Ocidentais realizada na Albânia no início deste mês.
Numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro norte-macedónio, Dimitar Kovachevski, Von der Leyen declarou que o pacote da UE tem potencial para duplicar a economia da Macedónia do Norte no espaço de uma década.
"É esse o objetivo e desempenhará um papel importante no vosso caminho em direção à UE", afirmou.
Segundo a responsável, o plano permitirá que as empresas dos Balcãs Ocidentais tenham acesso a setores-chave do mercado único do bloco comunitário europeu, ao mesmo tempo que se espera que os países da região abram os seus próprios mercados aos países vizinhos.
"Se concluído, o mercado regional comum poderá aumentar em 10% o Produto Interno Bruto dos Balcãs Ocidentais", referiu.
Von der Leyen sublinhou ainda a necessidade de os Balcãs Ocidentais levarem a cabo "reformas positivas": a Macedónia do Norte deve assegurar uma administração pública eficiente, finanças públicas sólidas e um sistema judicial independente, precisando igualmente de garantir um combate à corrupção mais eficaz.
A presidente da Comissão Europeia visitou em seguida o Kosovo e indicou que o forte conflito entre a Sérvia e o Kosovo, antiga província sérvia cuja independência, declarada em 2008, a Sérvia se recusa a reconhecer, continua a ser uma grande preocupação para a UE.
"Só poderemos alcançar todos estes progressos e êxitos se o Kosovo e a Sérvia normalizarem as suas relações", sustentou Von der Leyen numa conferência de imprensa após uma reunião com a Presidente kosovar, Vjosa Osmani.
Um diálogo facilitado pela UE para normalizar as relações não produziu resultados, especialmente após um recente tiroteio entre atiradores sérvios mascarados e a polícia do Kosovo, que fez quatro mortos e intensificou as tensões na região.
Von der Leyen instou o Kosovo a cumprir o seu compromisso de criar uma associação para coordenar a ação em matéria de educação, cuidados de saúde, ordenamento do território e desenvolvimento económico nas comunidades do norte do Kosovo, maioritariamente povoadas por sérvios.
A responsável europeia também se deslocará à Sérvia, onde indicou que um tema a abordar será a Sérvia dever proceder ao reconhecimento do Kosovo, depois de ambos os países terem expressado a intenção de aderir ao bloco de 27 Estados-membros.
Ursula von der Leyen também irá ao Montenegro e à Bósnia.
Seis países dos Balcãs Ocidentais encontram-se em diferentes troços do caminho para aderir à UE, num processo que se espera demore anos.
Enquanto o Montenegro e a Sérvia estão a avançar, a Macedónia do Norte e a Albânia iniciaram as negociações de adesão com a UE em julho de 2022. A Bósnia recebeu o estatuto de candidata cinco meses depois, ao passo que o Kosovo foi reconhecido como um potencial candidato a juntar-se ao bloco, depois de a chefe de Estado kosovar ter pedido à UE para atribuir ao país esse estatuto na sua cimeira de dezembro passado.
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