Von der Leyen alerta para risco de ascensão de "populistas" na UE
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que deverá ser a candidata principal do Partido Popular Europeu (PPE) às eleições europeias, alertou hoje para a ascensão de "populistas e demagogos" que desafiam a União Europeia (UE).
© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images
Mundo Ursula von der Leyen
"A paz e a união da Europa estão a ser desafiadas como nunca antes pelos populistas, pelos nacionalistas e pelos demagogos, quer seja a extrema-direita ou a extrema-esquerda, quer seja o AfD [Alternativa para a Alemanha, partido alemão de extrema-direita], ou o Rassemblement National [Reagrupamento Nacional, partido francês de extrema-direita] ou o Konfederacja Wolnosc i Niepodleglosc] Confederação Liberdade e Independência, partido polaco de extrema-direita]", elencou Ursula von der Leyen.
Discursando perante o congresso do PPE, que hoje termina na capital romena após ter começado na quarta-feira, a responsável salientou que "os nomes podem ser diferentes, mas o objetivo é o mesmo".
"Querem espezinhar os nossos valores, querem destruir a nossa Europa e nós, PPE, nunca deixaremos que isso aconteça", criticou.
Pouco antes do que se espera ser a sua nomeação como 'Spitzenkandidat' (cabeça de lista) da bancada europeia de centro-direita, visando uma recandidatura à frente da Comissão Europeia por mais cinco anos, Ursula von der Leyen adiantou que "o mundo é tão perigoso como tem sido desde há gerações".
"A agressão da Rússia tentou apagar a Ucrânia da face da Terra. A guerra está agora no seu terceiro ano e está mais enraizada e intensa do que nunca. Vimos a dimensão e o perigo de ditadores em ascensão, a guerra contra Gaza e a desestabilização do Médio Oriente e a concorrência económica agressiva e distorção da China e de outros países", elencou.
Além disso, "aqui em casa, os amigos de Putin [Presidente russo] estão a tentar reescrever a nossa história e sequestrar o nosso futuro. Estão a espalhar o ódio por detrás dos seus teclados e que não haja dúvidas sobre o que está em jogo nestas eleições" europeias de junho, concluiu Ursula von der Leyen.
Já falando sobre as migrações, a ainda candidata a 'Spitzenkandidat' adiantou que a UE conseguiu nos últimos anos "reforçar as fronteiras europeias e continuará a fazê-lo", cabendo aos europeus "decidir quem vem para a Europa e em que circunstâncias e não ao crime organizado de contrabandistas e traficantes".
No congresso em Bucareste, o PPE aprovou por unanimidade o seu manifesto eleitoral para as eleições europeias de junho próximo, que defende acordos com "países terceiros seguros" para transferência de requerentes de asilo, bem como a fixação de "quotas humanitárias anuais de pessoas vulneráveis" na UE.
Ursula von der Leyen não foi 'Spitzenkandidat' do PPE em 2019, mas desta vez concorreu e foi apoiada pelo seu partido alemão, a União Democrata-Cristã (CDU), contando depois com o apoio do partido homólogo polaco e grego.
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu, em julho de 2019 para começar o mandato em novembro desse ano, com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa decisão que é tomada por maioria absoluta (metade dos eurodeputados em funções mais um).
O PPE é um grupo político de centro-direita, pró-europeu, que reúne mais de 83 partidos nacionais de 44 países.
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