Como seria se Lisboa fosse alvo de um ataque terrorista?
Numa altura em que os atentados terroristas que tiveram lugar em território francês dominam a atualidade, o jornal i quis perceber como é que seria se, ao invés de Paris, tivesse sido a cidade de Lisboa o alvo dos membros da Al-Qaeda do Iémen.
© Reuters
País Simulação
O jornal i propõe-nos hoje um exercício de imaginação. Assim, supúnhamos que os atentados que foram levados a cabo em território francês tinham tido lugar em Lisboa. Como é que as forças de segurança se iriam organizar?
De acordo com informações recolhidas junto de fontes de várias forças de segurança, o jornal i traça o plano daquilo que seriam três dias de tumulto na capital.
Assim, no primeiro dia, o do atentado, seriam mobilizados dois mil polícias, entre PSP, GNR, PJ e SEF. Seria montada uma sala de situação na sede da direção nacional da PSP e a dificuldade mais flagrante seria, não a falta de meios, mas a falta de concordância entre diferentes forças. Quem faria o quê? Seria a pergunta cuja resposta seria mais dramática.
A ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, e a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SGSSI), Helena Fazendo, seriam as duas mulheres que iriam coordenar toda a operação, pertencendo à ministra a última palavra.
Começam por ser enviadas ambulâncias para o local – o alerta dado à polícia dá conta da morte de 12 pessoas numa empresa no centro de Lisboa – e a PSP envia carros-patrulha.
Depois, a Unidade de Trânsito corta os acessos ao local, pois trata-se de um ITP (incidente tático-policial), e são enviadas para o local as equipas de investigação criminal e de intervenção rápida. O objetivo é formar um perímetro de segurança, garantindo que os civis –além dos reféns – não correm riscos.
Os terroristas entretanto já abandonaram o local e a polícia faz o seu seguimento e não a perseguição. Porquê? Explica uma fonte da PSP que “fazer o seguimento é mais eficaz que iniciar uma perseguição”.
Entretanto, por se tratar de um atentado terrorista, já foi alertada a Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ. O diretor nacional da PSP é chamado à sede da polícia, bem como o SIS e um elemento da tutela.
A primeira grande decisão a ser tomada pela ministra estará relacionada com a operacionalidade. Até este momento é a PSP que coordena a operação, mas deverá continuar a fazê-lo ou a responsabilidade deverá passar para a alçada da Polícia Judiciária?
Ao mesmo tempo, as fronteiras são fechadas e os pontos de saída do país reforçados. Falamos de aeroportos e de portos marítimos.
Entretanto é já o segundo dia, em que o importante é ‘caçar’ os terroristas. Fonte da GNR garantiu ao jornal i que “não seria preciso um aparato tão grande como o de França” até porque, sublinhou, “mais homens não significa mais eficácia”.
Estariam portanto envolvidos na operação dois mil elementos entre PSP e GNR e as Forças Armadas só seriam chamadas a intervir se o Presidente da República assim o determinasse.
Por esta altura, pontos cruciais como o Metropolitano de Lisboa, a Ponte 25 de Abril e os edifícios de órgãos de soberania estariam sob fortes medidas de segurança.
Para César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda, o problema maior seria a falta de treino dos militares, porque, justifica, “cerca de metade do efetivo da GNR ocupa funções administrativas e outras não policiais, o que implica que os homens não tenham treino constante e pudessem não estar bem preparados”.
Esta falta de preparação não seria um problema para a polícia, pelo menos na ótica de Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, para quem a maior dificuldade seria a falta de coletes à prova de bala e de outros equipamentos de segurança.
Ao terceiro dia da operação, dia em que os terroristas são capturados, a ministra da Administração Interna teria de dar ordem para que os snipers disparassem e pusessem um fim à vida dos agressores.
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