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PS quer ouvir ministra da Cultura no Parlamento sobre "novo rumo" no CCB

O PS quer ouvir a ministra da Cultura no parlamento sobre o "novo rumo" para o Centro Cultural de Belém (CCB) e as opções políticas do Governo para aquele equipamento, na sequência da exoneração da presidente da fundação.

PS quer ouvir ministra da Cultura no Parlamento sobre "novo rumo" no CCB
Notícias ao Minuto

15:59 - 02/12/24 por Lusa

Política CCB

O requerimento do PS vai ser votado na terça-feira na Comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

 

O Ministério da Cultura, liderado por Dalila Rodrigues, exonerou, na sexta-feira, a presidente da Fundação CCB, Francisca Carneiro Fernandes, no cargo há menos de um ano, anunciando a nomeação para o cargo de Nuno Vassallo e Silva e justificando a decisão com a "necessidade de imprimir nova orientação à gestão da Fundação CCB, para garantir que a fundação assegura um serviço de âmbito nacional, participando num novo ciclo da vida cultural portuguesa".

No requerimento do grupo parlamentar do PS, no qual é pedido a audição de Dalila Rodrigues "com caráter de urgência", lê-se que os socialistas querem saber em "que nova orientação e rumo irá assentar o CCB, uma vez que no último ano é reconhecido pelo setor, trabalhadores e agentes culturais o impulso que o CCB teve".

"Para tal, muito contribuiu a definição de uma política cultural assente nas artes e na visão de tornar o CCB um palco do país com projeção internacional assente quer na concretização do [Museu de Arte Contemporânea] MAC/CCB, quer pela aposta de aproximar as artes plásticas das artes performativas, com resultados positivos em apenas um ano de implementação, seguindo as diretrizes dos objetivos da direção e conhecidos de todos", defende o grupo parlamentar do PS.

Recordando que as nomeações são uma opção do Governo e que podem "ser assentes em critérios exclusivamente políticos e da responsabilidade da tutela", os deputados do PS entendem que "cumpre aferir o que se pretende para o futuro do CCB e para a política cultural de apoio às artes que fica uma vez mais em causa com as opções que estão a seguidas e que estão a causar inquietação no setor e agentes culturais".

A Comissão de Trabalhadores do CCB lamentou a exoneração de Francisca Carneiro Fernandes, horas depois de ter sido anunciada, recordando a "abertura de diálogo" e a "reestruturação fundamental" que empreendeu ao longo do ano em que esteve em funções.

Entretanto, no sábado, foi divulgada uma petição em forma de carta aberta dirigida ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, a exigir explicações sobre a exoneração de Francisca Carneiro Fernandes.

A petição 'online' reunia, pelas 15:30 de hoje, mais de 1.500 assinaturas, incluindo as de Aida Tavares, diretora artística para as artes performativas do CCB, e Nuria Enguita, diretora artística do MAC/CCB, o antigo administrador do CCB Miguel Lobo Antunes, entre muitos outros.

Os deputados referem ainda que estas "manifestações públicas, de trabalhadores e sindicatos, mas também de profissionais de todo o meio artístico" reforçam convicção "de que é preciso saber mais sobre o que pensa e quer o Governo para o futuro das artes performativas, das artes palco e da arte contemporânea".

Francisca Carneiro Fernandes, contactada pela agência Lusa na sexta-feira, mostrou-se "surpreendida com a decisão" da qual foi informada na tarde do próprio dia.

"Tenho pena, acho que estávamos a fazer um bom trabalho que lamento não conseguir continuar", disse Francisca Carneiro Fernandes, que tinha tomado posse em dezembro de 2023, nomeada pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e substituído na altura Elísio Summavielle.

Leia Também: Petição exige a Montenegro explicações sobre exoneração de presidente do CCB

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