"Portugal tem condições para ter papel nas novas tecnologias"
Um estudo da Plataforma para o Crescimento Sustentável revela que Portugal pode vencer na nova revolução tecnológica, mas tem de apostar numa educação inclusiva e mais exigente, na coordenação entre universidades e empresas e na digitalização da administração pública.
© Global Imagens
Tech Moreira da Silva
"Portugal tem todas as condições para vencer nesta nova economia, mas tem de o fazer de uma forma muito rápida", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Plataforma para o Crescimento Sustentável, Jorge Moreira da Silva.
"Vencer na nova revolução tecnológica e industrial pressupõe uma aposta na educação mais inclusiva, mais exigente, alinhada com as competências necessárias na área da tecnologia", referiu o anterior ministro do Ambiente, apontando a primeira das exigências para a preparação do país para ser competitivo a nível internacional.
Trata-se de qualificar os jovens, reforçando as suas competências na área das tecnologias, mas também investir na reconversão dos trabalhadores atualmente no ativo.
Em segundo lugar, "pressupõe gerar ecossistemas de inovação liderados por campeões tecnológicos que possam articular melhor universidades, politécnicos, grandes empresas e 'startups'", deixando a lógica de "cada um por si", continuou Jorge Moreira da Silva.
É ainda necessário que a própria administração pública dê o exemplo com "um grande esforço de digitalização e de relacionamento do Estado com os cidadãos e as empresas numa base de dados abertos", salientou.
"É preciso remover as barreiras regulamentares e administrativas à digitalização da economia", defendeu o presidente da Plataforma.
O estudo "Game Changers: surfing the wave of tecnology disruption", que é hoje apresentado em Braga, faz um diagnóstico e uma avaliação do impacto das novas tecnologias e apresenta recomendações para que Portugal possa enfrentar a revolução industrial.
Numa conferência que deverá ter a participação de gestores, empresários e académicos, será analisado o estudo que decorreu durante um ano e foi liderado por António Grilo.
"Na área das novas tecnologias, na energia, robótica, inteligência artificial, tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia ou nanotecnologia temos condições" para ter sucesso, defendeu o político social-democrata.
A par com "a reconversão dos setores tradicionais, como têxtil ou calçado, temos condições únicas porque temos boas universidades, bons politécnicos, boas instituições, boas empresas para poder competir e vencer", salientou.
Mas, alertou o antigo ministro de Passos Coelho, "é preciso organização, sentido estratégico, convergência, compromisso e ação".
Recordou que a alteração dos últimos anos não tem precedentes na velocidade da transformação e na integração das várias tecnologias, mudanças "de tal forma disruptivas que gerarão falência, mas também novas oportunidades, novos negócios, novos projetos, e novos postos de trabalho".
Por isso, é preciso preparar Portugal para tirar partido deste novo contexto internacional, "de forma a podermos não só adaptarmo-nos a estas novas tecnologias, mas principalmente poder gerar novos 'clusters' e novo valor económico", resumiu.
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