POUPANÇA NO MINUTO
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Feminino, masculino... mas não só. E, sim, é uma questão de biologia
Afinal, o espectro sexual parece ser bem mais complexo do que os dois casos ‘opostos’ que anteriormente se definia os géneros.
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Com vastos anos de experiência em obstetrícia, o especialista Paul James deparou-se com o caso de uma mulher que, aos 46 anos, esperava o seu terceiro filho. Com o embrião não havia qualquer problema, mas foi destas análises que o obstetra constatou que o material genético da mulher grávida era diferente do habitual: metade correspondia aos cromossomas que se associam à mulher e a outra metade, aos dos homens.
Até então, o que se aprende é que é a presença, ou não, do cromossoma Y que faz com que cada indivíduo seja macho (caso conte com pares de cromossomas X, Y) ou fêmea (X, X), mas desde 2010 que esta teoria tem sido posta de parte para dar lugar a outras bem mais complexas.
A par do caso referido, da mulher com os pares de cromossomas fora do normal, especialistas têm também vindo a apontar casos de quem apresenta pares de cromossomas X, Y, mas o seu aparelho reprodutor é feminino. O contrário também acontece. Serão todos estes casos grandes exceções ao paradigma que está definido e fechado a discussões? Decididamente não, já que estes são casos bem mais comuns do que se possa pensar e que se estima que atinjam 1% da população mundial. São os chamados casos de DSD (disorders of sex development), sigla que significa distúrbios do desenvolvimento sexual, o principal motivo por que a questão sobre a sexualidade se mantém aberta e ainda mais confusa quando a genética é também tida em conta para a discussão.
Para perceber o caso, cientistas têm feito por identificar os genes responsáveis pelas DSD de que se fala, mas a resposta parece estar distante. Ainda assim, permite refutar a ideia de que os géneros sexuais são uma questão binária com apenas duas opções.
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