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Sono profundo. Sim, é possível aprender uma língua enquanto dorme

Estudos já provaram que dormir fortalece a memória e que as palavras que aprendemos quando estamos conscientes consolidam-se na mente ao serem escutadas durante o sono.

Sono profundo. Sim, é possível aprender uma língua enquanto dorme
Notícias ao Minuto

21:00 - 14/02/19 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Bons sonhos

Todavia uma nova pesquisa publicada na revista científica Current Biology, e divulgada pela BBC News, sugere que também é possível aprender novas palavras e as suas associações semânticas, a partir do zero, enquanto se experiencia um sono profundo.

Tal, segundo os cientistas é possível, porque quando alcançamos o estágio do sono profundo, as células cerebrais ficam normalmente ativas por um curto período de tempo antes de entrarem num estado de breve inatividade. Os dois estados vão alternando a cada meio segundo.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Berna, na Suíça, quis comprovar se uma pessoa é capaz de formar novas associações no cérebro durante esses fugazes momentos de atividade das células cerebrais.

Para testar essa hipótese os voluntários envolvidos na experiência ouviram duas palavras enquanto estavam na fase de sono profundo, ou fase de sono REM, a primeira num idioma inventado e, de seguida, na sua língua nativa, o alemão.

A palavra alemã para ‘chave’ foi associada com o vocábulo ‘tofer’, enquanto a palavra ‘elefante’ foi associada à ‘guga’.

Uma vez despertos, os investigadores questionaram os participantes qual das palavras inventadas representava algo grande e qual representava algo pequeno.

Para surpresa dos académicos, os voluntários conseguiram associar a palavra ‘chave’ com ‘tofer’ e ‘elefante’ com ‘guga’, apesar de as terem escutado enquanto dormiam profundamente.

Aprender enquanto dorme

"Foi interessante ver como a área de linguagem do cérebro e o hipocampo (o centro de memória essencial do cérebro) era ativado para recuperar as associações formadas durante o sono", comentou Marc Zust, investigadore da Universidade de Berna e um dos autores do estudo.

"Estas estruturas parecem interferir na formação da memória, independentemente do estado de consciência", disse.

As horas que passamos a dormir normalmente são consideradas como tempo perdido. Esta experiência, portanto, levanta a questão sobre se esse tempo pode ser usado de forma mais produtiva.

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