Médica explica: Doença reumática e a importância da atividade física
"São já bem conhecidos e divulgados os benefícios da atividade física para a saúde global dos indivíduos. Bem mais difícil é fazer passar esta mensagem a quem vive com uma doença reumática e músculo-esquelética e que, no seu dia-a-dia, lida com a gestão da dor, por vezes inflamação, e sobretudo com o receio de que estas se agravem pela prática de atividade física", explica a médica Elsa Mateus, neste artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.
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Lifestyle Artigo de opinião
Mas, sim, é verdade: manter a atividade física é fundamental quando se tem o diagnóstico de doença reumática e músculo-esquelética! Fortalece os seus músculos, mobiliza as suas articulações, trabalha o equilíbrio, previne a obesidade e ainda ajuda ao bem-estar mental.
Porém, entre o receio de que a atividade física nos possa proporcionar algum agravamento das nossas maleitas e a falta de tempo ou de condições para a sua prática, são vários os constrangimentos a conseguirmos implementar na nossa rotina diária, um plano de exercícios ou de atividade física.
Para ultrapassar os seus receios, lembre-se que existem diversos tipos de atividade física e escolha aquele que lhe for aconselhado por um profissional de saúde e/ou que sinta que consegue fazer e que lhe dê prazer. Da caminhada à natação ou exercícios aquáticos, do pilates à fisioterapia, são várias as hipóteses ao seu dispor que certamente, priorizando a sua saúde e bem-estar, conseguirá incorporar no seu quotidiano.
Bem sabemos que a pandemia veio agravar os constrangimentos existentes. O acesso à fisioterapia ficou ainda mais dificultado, os ginásios e equipamentos desportivos (como as piscinas) têm tido um funcionamento limitado pelas regras de saúde pública e mesmo as caminhadas ou passeios higiénicos foram fortemente condicionadas pela pandemia.
O estudo Reumavid, no qual a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas foi um dos parceiros, mostrou-nos que mais de metade das pessoas com doença reumática que responderam ao questionário em 2020, praticava atividade física antes do confinamento. Durante o primeiro confinamento, 62% não conseguiram continuar a sua prática de atividade física e apenas 17% tentaram compensar com outros exercícios.
Tem agora ao seu dispor diversos recursos digitais que podem facilitar a prática de atividade física na sua casa. É o caso, por exemplo, do programa PLE2NO (Programa Livre de Educação e Exercício na Osteoartrose), desenvolvido pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa e que poderá encontrar aqui. Caso não tenha condições para os utilizar, pode recorrer a outras soluções, como dançar ao som de músicas que aprecie, ou adotar pequenos truques que possam obrigar a movimentar-se mais (desde o ir buscar o seu copo de água, ao colocar os telecomandos longe de si).
São recomendados 30 minutos diários de atividade física de intensidade pelo menos moderada e como nos recorda a DGS: cada movimento conta! Por isso, escolha a atividade física que consegue fazer e dê-lhe prioridade. Mantenha-se em forma!
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