Escócia pede perdão a mulheres condenadas e executadas por bruxaria
No Dia Internacional da Mulher, a primeira-ministra da Escócia considerou que a prática foi impulsionada pela “misoginia no seu sentido mais literal - o ódio às mulheres”.
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Mundo Dia da Mulher
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, emitiu na terça-feira um pedido de desculpas, em nome do governo escocês, a todas as mulheres que foram executadas por bruxaria entre os séculos XVI e XVIII.
No Dia Internacional da Mulher, a governante considerou que a prática foi impulsionada pela “misoginia no seu sentido mais literal - o ódio às mulheres”. “Numa altura em que as mulheres não podiam falar como testemunhas num tribunal, elas eram acusadas e mortas porque eram pobres, diferentes, vulneráveis ou, em muitos casos, apenas porque eram mulheres”, começou por afirmar Sturgeon no parlamento escocês.
“Foi uma injustiça em escala colossal, impulsionada, pelo menos, em parte dela pela misoginia no seu sentido mais literal - o ódio às mulheres”, frisou.
A lei que tornava a “bruxaria, feitiçaria e necromancia” puníveis com a morte foi aprovada pelo parlamento escocês em 1563 - quando o país era liderado por Maria, Rainha dos Escoceses - e vigorou até 1735.
Quase 300 anos depois, chegou o primeiro perdão oficial. “Hoje, no Dia Internacional da Mulher, como primeira-ministra e em nome do governo, escolho reconhecer esta injustiça histórica e fazer um pedido formal de desculpas póstumo a todos os acusados, condenados, menosprezados ou executados sob a Lei da Bruxaria de 1563”, afirmou.
Estima-se que, durante os cerca de 200 anos de duração da prática, cerca quatro mil pessoas foram acusadas de bruxaria na Escócia, 85% das quais mulheres, e mais de 2.500 pessoas foram executadas após serem torturadas para confessar a prática.
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