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PCP questiona Governo sobre encerramento da Coindu em Arcos de Valdevez

O PCP questionou hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o encerramento, no final do mês de dezembro, da unidade da Coindu em Arcos de Valdevez que vai deixar desempregados 350 trabalhadores.

PCP questiona Governo sobre encerramento da Coindu em Arcos de Valdevez
Notícias ao Minuto

26/11/24 17:41 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Política Coindu

Na segunda-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) revelou à agência Lusa o encerramento da fábrica de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, e o despedimento dos 350 trabalhadores.

 

Segundo o SIMA, a decisão acontece cerca de um mês após a compra da empresa pelo grupo italiano Mastrotto.

"Este processo foi levado a cabo sem qualquer informação e consulta aos trabalhadores, numa completa ilegalidade sem que qualquer ação das autoridades competentes", destaca o SIMA.

A Lusa contactou a administração da Coindu, mas ainda não obteve resposta.

No requerimento hoje enviado a Maria do Rosário Ramalho, o deputado comunista Alfredo Maia quer saber se o Governo tem conhecimento do despedimento coletivo, que salvaguardas foram garantidas, designadamente de defesa dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores na atribuição de benefícios e apoios públicos, e que medidas serão tomadas para defender os interesses dos trabalhadores implicados.

Segundo o PCP, "ao longo dos anos", a empresa Coindu, com unidades fabris  em Joane, concelho de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, e Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, "tem vindo a concretizar diversos processos de despedimento coletivo e, recorrendo abusivamente ao 'lay-off', atropelando os direitos dos trabalhadores e tratando estes homens e mulheres como descartáveis".

Segundo o PCP, a Coindu recebeu "3,9 milhões de euros no âmbito do Plano de Recuperação Resiliência (PRR) e "cerca de 200 mil euros de apoios estatais só entre 2021 e 2022".

"A sua venda ao grupo estrangeiro garantiria o relançamento da empresa, e ainda em fevereiro o presidente da Câmara Municipal prometia que a fábrica dos Arcos de Valdevez não encerraria, o que torna a situação mais inexplicável", adianta o partido.

Para o PCP, "não podem ser os trabalhadores os sacrificados de uma estratégia de negócio a quem só interessa o lucro máximo e imediato e que desrespeita aqueles que produziram, com o seu esforço e capacidade, toda a riqueza ali criada nas últimas décadas".

"Trata-se de um pesado golpe com dramáticas consequências para centenas de famílias e, nesse sentido, o PCP solidariza-se com os trabalhadores da Coindu", refere.

O PCP anuncia ainda que irá, através do eurodeputado João Oliveira, questionar a Comissão Europeia sobre este caso.

Em 15 de outubro último, o Gruppo Mastrotto, fundado em 1958 na Itália, anunciou, em comunicado, a aquisição de "uma participação maioritária na Coindu - Componentes Para A Indústria Automóvel, SA , por meio de uma contribuição de capital para apoiar o relançamento do negócio".

"Esta transação faz com que a Coindu se torne parte de um grupo líder da indústria de couro, consolidando a sua estabilidade financeira e operacional. Para o Gruppo Mastrotto, esta operação visa avançar a integração vertical, aumentando a capacidade da empresa de oferecer soluções de ponta a ponta para os interiores dos automóveis e, fortalecendo sua posição competitiva no mercado global", lê-se da nota.

O Gruppo Mastrotto acrescenta estar, tal como a Coindu, "comprometido em expandir sua presença em segmentos de mercado de luxo".

Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez e em Joane, empregando no total cerca de 2.000 trabalhadores.

Leia Também: Coindu fecha em dezembro em Arcos de Valdevez e deixa 350 sem emprego

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