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Millennium Bim com danos "avultados" já recuperou 17 balcões

O banco moçambicano Millennium Bim, com danos "avultados" causados pelo ciclone em Moçambique, explicou à Lusa que já conseguiu pôr a funcionar 17 balcões e 30 caixas de levantamento de dinheiro nas regiões afetadas.

Millennium Bim com danos "avultados" já recuperou 17 balcões
Notícias ao Minuto

09:48 - 01/04/19 por Lusa

Economia Idai

"A contabilidade dos prejuízos ainda está a ser feita, mas sabemos que os danos materiais são avultados. Algumas das nossas estruturas exteriores foram atingidas, dada a violência da tempestade", diz o gabinete de marketing do banco, que tem como maior acionista o banco português Millennium BCP, em resposta por escrito a questões colocadas pela Lusa.

O mais importante, porém, "é o facto de sabermos que todos os nossos colaboradores estão bem. (...) Essa era a nossa principal preocupação", refere o banco.

O Millennium Bim, que tem ainda entre os seus acionistas o Estado moçambicano, tem no terreno uma equipa a fazer a avaliação dos danos sofridos e a coordenar as operações para a reabertura de balcões nas zonas afetadas pelo ciclone.

"Temos já 17 balcões a funcionar e cerca de 30 ATMs [caixas de levantamento de dinheiro], e estamos a trabalhar para que, o mais breve possível, sejam reabertos os 3 balcões que ainda se mantêm fechados", adianta o mesmo gabinete do banco, por escrito.

O Millennium Bim, com a maior rede comercial do país que se espalha por todos os 162 distritos de Moçambique, tem grande presença nas áreas rurais, por isso diz estar "em condições de dar resposta a todos os cidadãos" que precisem dos seus serviços.

"Tal como nos Balcões, estamos a tomar medidas para repor a nossa rede" de ATM's (caixa de levantamento de dinheiro), além das 30 já a funcionar, afirma.

Mas o Millennium bim, liderado por Rui Cirne Plácido de Carvalho Fonseca (presidente do conselho de administração) recorda que tem, também, disponíveis "diversas plataformas digitais, através do Internet Banking ou do Millennium IZI". E adianta que "qualquer destes serviços dispõe de um alargado número de funcionalidades".

Além disso, o banco lembra que tem também os seus agentes bancários que "poderão apoiar nesta situação".

Sobre perspetivas económicas para Moçambique - que já estava a atravessar sérias dificuldades financeiras antes da tragédia - depois do ciclone, o Millennium bim considera que apesar de todos os desafios, o país vai conseguir ultrapassar os obstáculos.

"Moçambique tem inúmeras riquezas" e hoje "tem a grande oportunidade para alavancar os megaprojetos do gás e usá-los para beneficiar de um desenvolvimento económico sustentável. E o setor bancário apoiará e será um dos principais parceiros desse desenvolvimento", diz.

Se há qualidade que caracteriza os moçambicanos "é a resiliência perante a adversidade", afirma.

Para o banco, Moçambique é um país com "um grande potencial económico" que poderá alavancar a recuperação de toda a zona centro agora destruída, e "com inúmeras oportunidades com os megaprojetos de petróleo, gás e carvão, que se estão a desenvolver na Bacia do Rovuma".

Mas também "com oportunidades em outros setores, como o turismo ou agronegócios, entre outros", considera.

Por outro lado, na opinião do Millennium Bim, a comunidade internacional também "não está indiferente" ao que se passou agora em Moçambique.

Logo que percebeu a dimensão da destruição causada pelo ciclone, o Millennium bim diz que pôs em marcha campanhas de ajuda humanitária para auxiliar as comunidades atingidas pelo Idai.

Ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades entregou 15 toneladas de bens alimentares de primeira necessidade como arroz, feijão, açúcar, milho e amendoim, entre outros.

"Este tipo de bens é essencial para auxiliar as vítimas, já que, para além das culturas que foram destruídas, muitas famílias perderam tudo o que tinham armazenado em casa", refere.

Através do seu programa de Responsabilidade Social 'Mais Moçambique pra Mim', o banco realizou também uma Campanha de Apoio às Vítimas, dirigida a todos os colaboradores do banco e da Seguradora Ímpar, interessados em apoiar com valores monetários ou com bens de primeira necessidade.

"Não podíamos ficar indiferentes, o nível de destruição e o número de vítimas é demasiado grande", refere o banco, que tem ainda em curso uma campanha, a nível nacional, para angariação de fundos para ajuda às vítimas do ciclone e para apoiar na reconstrução.

Moçambique foi o país mais afetado pelo ciclone Idai, com 518 mortos e 1.641 feridos já contabilizados pelas autoridades, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem em 159 centros de acolhimento.

O ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no centro do país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.

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