IL esperava que prioridades da Comissão Europeia fossem mais detalhadas
O eurodeputado liberal João Cotrim de Figueiredo criticou hoje a falta de pormenorização dos objetivos apresentados por Ursula von der Leyen para a próxima Comissão Europeia.
© Reinaldo Rodrigues/ Global Imagens
Política Comissão Europeia
Pouco depois da aprovação pelo Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), do colégio de comissários de Ursula von der Leyen para os próximos cinco anos, o europarlamentar da IL considerou que era importante aprová-lo, já que "esta Comissão tem de entrar em funções com todos os poderes".
O eurodeputado considerou que "quem não percebeu a urgência dos problemas" com os quais a União Europeia está deparada, "não está a ver bem" a sua dimensão.
No entanto, o antigo presidente da Iniciativa Liberal criticou as prioridades apresentadas por Ursula von der Leyen durante a intervenção que fez ao início da manhã e que antecedeu a votação.
"Os pilares da 'Bússola da Competitividade'... A bússola deve ser para não perder o Norte. O crescimento, a simplificação [dos processos burocráticos]... Tudo isso está muito bem. Depois diz que cada um dos pilares [da Bússola da Competitividade] é suportado por um conjunto de atitudes e de ações, de simplificação, de investimento e de retenção de talento", sustentou o eurodeputado.
"Nada disto é pormenorizado, o investimento não se quantifica", lamentou.
João Cotrim de Figueiredo considerou que "para um último discurso" antes da derradeira votação do colégio de comissários, a presidente da Comissão Europeia podia ter sido "mais concreta".
Talvez não o tenha sido, advogou, porque "já sabia que não estava em risco" de falhar a eleição.
O Parlamento Europeu aprovou hoje -- com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções -- o novo colégio de comissários, novamente liderado por Ursula von der Leyen.
A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre as três maiores forças partidárias da assembleia europeia (centro-direita, socialistas e liberais) para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.
Ursula von der Leyen foi, em julho passado, reeleita no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (40% de mulheres e 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas - devido à guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente -, de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente 'puxando' pela inovação, descarbonização e segurança.
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