Demissão de chefe de gabinete e conselheiros do Presidente da Coreia do Sul
O chefe de gabinete e alguns dos principais conselheiros do Presidente da Coreia do Sul "apresentaram a demissão" conjunta hoje, depois de recuar na imposição da lei marcial, noticiou a imprensa local.
© Anna Moneymaker/Getty Images
Mundo Coreia do Sul
"Importantes colaboradores" de Yoon Suk-yeol, incluindo o chefe de gabinete, Jeong Jin-seok, apresentaram a demissão, disse a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sem adiantar mais pormenores.
Minutos mais tarde, o gabinete de Yoon disse que os conselheiros e secretários presidenciais colocaram os lugares à disposição e acrescentou que o chefe de Estado adiou a agenda oficial desta manhã.
Entre eles estão o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik, e o chefe do Gabinete de Políticas, Sung Tae-yoon, além de outros sete conselheiros.
Numa comunicação ao país na noite de terça-feira, Yoon impôs a lei marcial para "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", de que acusou o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).
Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul, a Assembleia Nacional, ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.
Entretanto, o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, disse já estar a acompanhar a situação política na Coreia do Sul com "uma preocupação excecional e séria".
O líder do Governo nipónico disse aos jornalistas que não tinha "qualquer informação sobre cidadãos japoneses feridos" na Coreia do Sul.
Ishiba acrescentou que as autoridades estavam a tomar "todas as medidas possíveis" para garantir a segurança dos cidadãos japoneses, em particular através da emissão de avisos através de e-mails consulares.
Por seu lado, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, saudou o levantamento da lei marcial na Coreia do Sul e apelou para a resolução do impasse.
"Continuamos a esperar que as divergências políticas sejam resolvidas de forma pacífica e de acordo com o Estado de direito", disse Blinken em comunicado.
O PD, que detém a maioria dos 300 lugares no parlamento da Coreia do Sul, instou Yoon Suk-yeol a renunciar imediatamente ou enfrentar um processo de destituição.
A decisão foi "uma clara violação da Constituição" e "um grave ato de rebelião", afirmou, num comunicado, o partido, que acusou Yoon de não ter cumprido os requisitos legais para a imposição da lei marcial.
Também o maior sindicato da Coreia do Sul apelou a uma "greve geral por tempo indeterminado" até à demissão do Presidente.
A Confederação Coreana de Sindicatos, que tem cerca de 1,2 milhões de membros, classificou a tentativa de Yoon como uma "medida irracional e antidemocrática", dizendo que "assinou o próprio fim no poder".
Mesmo o líder do partido no poder na Coreia do Sul garantiu que o Presidente e "todos os responsáveis serão responsabilizados".
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